Quem já viveu fora do seu país sabe bem como uma cidade ou país nos pode marcar para um todo sempre. Com boas e algumas menos boas memórias, mas é sempre um passo tomado para fora da nossa área de conforto. A Alemanha para mim foi esse primeiro passo, a primeira vez que vivi fora do meu Portugal, a primeira vez que tive de aprender a não depender de absolutamente ninguém. Passaram dez anos desde essa aventura, e em dez anos já muito aconteceu, mas a Alemanha… Essas memórias estão aqui bem no meu coração, e para ficar.
Para este ano tenho poucos planos de viagem, aliás, neste momento só tenho uma viagem marcada e nada mais. Mas eu e os meus amigos de Erasmus (que conheci na Alemanha) estamos a pensar em nos encontrarmos novamente em Dresden para o 10º aniversário desde que embarcámos naquela aventura. Estou bastante ansioso por ver algumas caras que não vejo desde que cada um de nós foi embora, um por um, o quão teremos mudado? É certo que hoje em dia o Facebook e outras redes sociais ajudam a manter as distâncias mais curtas, mas como será nos encontrarmos cara a cara? Vai ser fantástico, estou desejoso por ouvir tantas histórias e contar mais umas quantas!
Depois desta introdução, parece-me que já se tornou óbvio qual o intuito deste artigo.
Uma ode aos lugares que visitei na Alemanha!
Berlim
Curiosamente, Berlim foi dos últimos locais que visitei na Alemanha. Vivia a cerca de 200 KMs a sul de Berlim, e ainda assim, fui sempre deixando para o fim. Primeiro, porque achava (e em parte bem) que poderia visitar Berlim bem mais facilmente do que qualquer um dos outros sítios. Depois, porque fui adiando tanto, que chegou a uma altura que já todos os meus amigos já tinham visitado Berlim, e eu já não tinha ninguém para me fazer companhia… Então acabei por ir sozinho, quase um ano depois de ter chegado à Alemanha, e só porque iria voar de Portugal directamente para Berlim, senão talvez nem isso.
Foi uma experiência diferente, fiz couchsurfing sozinho, salvo erro até pela primeira vez, mas pouco conheci da cidade. Afastei-me pouco da zona do centro, fui a alguns pontos mais importantes mas, por estupidez natural, acabei por nem pedir informações nem dicas. De qualquer das formas, o muito pouco tempo que fiquei em Berlim foi o suficiente para me apaixonar pela cidade, uns anos mais tarde voltei e reafirmei o encanto da primeira vez.
O que fazer em Berlim?
Berlim é uma capital cheia de cultura, história, diversidade, vida e mesmo muito internacional. Só quem é uma seca de pessoa irá entrar em tédio em Berlim, há de tudo e para todos os gostos, e com vários espaços verdes, para aqueles que gostam de mais tranquilidade
Se há coisa que eu antes evitava, mas que hoje em dia recomendo vivamente, são as visitas guiadas pela cidade, e pelos vistos não sou o único a pensar da mesma forma. Uma free tour é uma excelente forma de conhecer uma cidade pela perspectiva de alguém que conhece muito bem a cidade, e a um custo mais baixo. A sugestão de uma portuguesa que por lá viveu é usar os serviços da New Berlin Tours para a vossa visita grátis.
E visitar Berlim sem ver o muro é quase considerado pecado. É uma parte recente da história, e em vários pontos da cidade somos (re)lembrados do que existiu ali há não muito tempo atrás, aliás, há menos de 30 anos… Da primeira vez que visitei a cidade apenas vi uma parte do muro no centro, onde já tudo foi desmantelado, e sinceramente quando me fui embora senti mesmo que me faltou “viver” essa parte da cidade. Da segunda vez que visitei, claro que tive de colocar a visita ao muro como prioridade.
Berlim é uma cidade cheia de cultura e historia, tal como referi antes, e não vão faltar actividades para todos os gostos. Aqueles que preferem museus, não faltam escolhas. É só abrir a lista e escolher um.
Onde fica Berlim?
Não devem existir muitas dúvidas sobre a localização da capital da Alemanha, é uma cidade bem conhecida por boas e más razões, e hoje em dia é um dos destinos mais visitados no país inteiro. Fácil de lá chegar, fácil de andar de um lado para o outro na cidade, e em regra geral, muito segura. Mas onde fica exactamente?
Aqui mesmo! No norte da Alemanha, não muito longe da Polónia.
Sendo a capital do país, obviamente que não irão faltar escolhas para lá chegar. Seja por ar ou terra, Berlim é uma cidade extremamente bem conectada ao resto do mundo, com dois aeroportos no activo e mais outro em construção.
Ratisbona (ou Regensburg)
Não sei bem porquê, mas tenho uma muito boa ideia desta cidade, apesar de só lá ter passado um par de horas de ambas as vezes que lá fui. É uma cidade bem pequena, mas com um centro histórico bonito e uma zona ribeirinha agradável.
A primeira vez que lá fui foi com uma excursão a Salzburg, e dessa vez foi mesmo uma visita flash, salvo erro apenas duas horas e a correr…, mas como fiquei com desejo a mais, acabei por lá voltar com mais 3 amigos de Erasmus, todos eles portugueses. Dessa vez passeámos pela cidade com mais calma, pois não estávamos dependentes de transportes (com carro alugado). E se não estou em erro, até apanhámos uma multa de estacionamento… Memórias…
Enquanto pesquisava sobre esta cidade, fiquei a saber que o nome em Português é bem diferente do nome em Alemão, aliás, acho que tem muito pouco a ver. Aparentemente, Regensburg em Português diz-se Ratisbona!
O que visitar em Ratisbona/Regensburg?
A catedral é paragem obrigatória, mesmo para quem não é religioso. É um dos edifícios mais conhecidos da cidade, e talvez o que se vê melhor de quase todos os pontos da pequena cidade. A catedral aparece em primeiro lugar em quase todas as listas sobre coisas a fazer em Ratisbona.
Passear pela pequena cidade é passear pela história, são tantos os edifícios da era medieval que até a UNESCO listou Ratisbona como uma cidade de valor incalculável para a Humanidade. Portanto, uma visita ao centro histórico tem de fazer parte dos vossos planos!
E para aqueles que gostam de geografia, e que tal um passeio pelas margens do segundo maior rio da Europa? Pois é, o rio Danúbio passa pela cidade, ainda bem pequeno pois naquele ponto ainda só tem uma extensão de alguns quilómetros. Ao passearem pelas margens do rio, não percam a oportunidade de ver a ponte de pedra e o museu. Se é que não vão mesmo ter de passar ali de qualquer das formas.
Onde fica Ratisbona/Regensburg?
Ratisbona / Regensburg fica no estado da Bavária, no sudoeste da Alemanha. Para lá chegar nem é muito complicado, apesar de não ter um aeroporto internacional fica a cerca de 100km de Munique e Nuremberga, e está muito bem servida pelo serviço ferroviário alemão. Tanto por ICE, comboio rápido, como pelos regionais.
Nuremberga
Ao contrário de Regensburg (não me consigo habituar ao nome Ratisbona…), Nuremberga apenas visitei uma vez, apesar de termos passado bem perto quando fomos a Salzburg na primeira viagem. Esta cidade foi visitada durante a nossa grande viagem de Erasmus!
A nossa experiência em Nuremberga foi bastante positiva, ficámos numa grande vivenda de um casal bastante jovem e que estavam a receber pessoas pelo couchsurfing, e nós tivemos a sorte de eles nos terem aceite para ficarmos com eles. E só isso, foi metade da experiência, muito positiva por sinal.
E agora que olho para todas as fotografias antigas, é que vejo o quão mau eu era a tirar fotos…, quase tudo o que são igrejas e torres tenho a ponta cortada… Enquadramento? Para quê?
O que fazer em Nuremberga?
Primeiro, uma pequena lição de história. Porquê Nuremberga? Aliás, o que é que Nuremberga poderá ter de tão especial, além dos monumentos medievais, das muralhas e do castelo? A zona da Bavária é bem conhecida pela era medieval, felizmente muitos desses edifícios antigos continuam hoje preservados e visitar todas as pequenas cidades deste estado alemão é quase como viajar no tempo. Mas e no que respeita a uma história mais presente?
Nuremberga tem um passado próximo muito negro, durante a época Nazi Nuremberga foi considerada como a cidade mais alemã de toda a Alemanha. E foi palco para os encontros do partido Nazi desde os anos 20. E simbolicamente, foi também o local escolhido para marcar o fim da Alemanha Nazi, onde decorreram os Julgamentos de Nuremberga. Esta é a parte que mais lamento por de não ter visitado, sabia bem desta parte da história e tinha conhecimento do Centro de Documentação, mas quando fomos visitar não fazia parte dos nossos planos. Porquê? Não me recordo bem, mas arrependo-me de não ter o visitado.
Como chegar a Nuremberga?
Como a grande maioria das cidades alemãs, também é bastante fácil chegar a Nuremberga de comboio. O sistema ferroviário da Alemanha é mesmo muito bom, e deve mesmo ser a melhor forma de ir de uma cidade à outra.
Nuremberga também tem um aeroporto internacional, e com a linha de metro dá para chegar ao centro da cidade em apenas 12 minutos.
E agora a surpresa, também dá para chegar de barco! Sim, isso é outra das peculiaridades da Alemanha, o sistema fluvial está muito bem mantido e vários rios são navegáveis por quase toda a sua extensão. Portanto, esta seria uma forma original de chegar à cidade.
Munique
Se há cidade na Alemanha que assusta o bolso de qualquer estudante Erasmus, então essa cidade é mesmo Munique. Muito bonita, bem conhecida pela festa do Oktoberfest, e com muita cultura. Mas também, bem cara!
Mais uma vez, esta cidade também fez parte da mesma viagem, e mais uma vez fizemos couchsurfing. Calhou-nos um português, e fomos mesmo muito bem recebidos! Apresentou-nos parte da cidade, levou-nos a conhecer amigos e ainda foi um excelente anfitrião em nos oferecer estadia e um excelente jantar! Bem mais do que alguma vez esperávamos, numa escala de 0 a 5, certamente que ultrapassou as 5 estrelas!
O que fazer em Munique?
Mais outra cidade da Bavária com mesmo muito para ver, e nada melhor que começar pela Catedral de Nossa Senhora, mesmo para os não religiosos. Assim que se entra na catedral é possível ver-se uma mancha no chão que lembra uma pegada, esta é chamada de Pegada do Diabo e segundo reza a lenda, o diabo pediu ao construtor da igreja para fazer sem janelas. Quando lá foi para rir da obra, só se apercebeu que existe uma janela quando lá entrou e a viu – devido a uma ilusão óptica, só é possível ver a janela de um ponto – o diabo assim, enfurecido, abandonou o local rapidamente deixando um rasto de vento que ainda hoje dura. Claro, são lendas, mas é interessante ver como estas histórias se formam.
Outro local interessante para se visitar, é o rio Eisbach, rio artificial, onde existe uma onda permanente em que é possível fazer surf. Sim, surf! Quando lá fui, há 9 anos, ainda era proibido surfar na onda, no entanto desde há uns anos que se organizam eventos e competições. Desde 2010 que é oficialmente permitido surfar naquela onda, mas recomendado apenas a surfistas experientes.
Munique é mais outra cidade cheia de vida, e recomenda-se a visita em qualquer altura do ano. É só ter atenção às épocas de eventos, que irá inflacionar um pouco os preços…
Onde fica Munique?
Se é fácil chegar a Nuremberga e Ratisbona, então Munique nem se fala. Aeroporto internacional bem grande, acessos ferroviários bastante bons, e claro, acessos por carro e autocarro. Munique fica no sul da Alemanha, sendo a capital do estado da Bavária. Bem perto da Áustria, e a meio caminho entre a Suíça e a Chéquia.
Castelo de Neuschwanstein
Certamente que já viram fotos deste castelo, é provavelmente um dos castelos/palácios mais famosos de todo o mundo. Mas se calhar, muitos nem sequer sabem que ele existe. Confuso? Pois, talvez se viram fotos até pensaram que é apenas um castelo fictício ou um castelo modelo para a Disney. Mas não, este castelo existe mesmo e serviu de inspiração para o castelo da Disney e não o contrário!
Neu quer dizer novo em Alemão, neste caso o castelo ficou com este nome pois foi construído com base num outro castelo que existiu na zona, cujo nome era Castelo de Schwanstein. Outra particularidade deste castelo (ou palácio), é que foi construído como um local de retiro e uma homenagem ao compositor Wagner, pelo qual o rei Ludwig II tinha uma grande admiração. Infelizmente Wagner morreu sem nunca ter visitado o castelo, pois só foi concluído após a sua morte.
Visitar o castelo é quase como viver num conto de fadas, mas tudo com um aspecto tão “Disney”, parece tudo demasiado falso. Os quartos dos empregados metem inveja a qualquer um de nós, portanto imaginem como não é o resto do palácio. E as vistas? De sonho! A visita vale cada cêntimo pago, é um palácio surreal e não muito antigo, e quase que nem foi habitado…
O que fazer na zona de Neuschwanstein?
Além deste castelo, existem outros vários ali bem perto, um deles até dá para ver do Neuschwanstein, o castelo de Hohenschwangau. Um castelo também bem pitoresco, e este foi construído sobre as ruínas do castelo de Schwanstein. Uma grande confusão!
Só de olhar as fotos dá vontade de fazer umas caminhadas, e a zona é mesmo excelente para isso. Para quem quiser tirar fotografias de Neuschwanstein de diferentes perspectivas, até recomendo a subirem uma colina ali bem perto. Foi de onde tirei a minha foto.
Para quem quiser um pouco de menos Natureza, podem visitar a cidade de Füssen que fica ali mesmo ao lado. Ou as pequenas aldeias na zona. Mas sinceramente, acho que dado o local, o melhor é mesmo aproveitar para desfrutar das vistas e da Natureza, não faltam caminhadas para acelerarem o ritmo cardíaco.
Onde fica o castelo de Neuschwanstein?
O castelo fica bem perto da cidade de Füssen no sul da Alemanha, mesmo na fronteira com a Áustria. Para lá chegar, podem tanto ir de Innsbruck, na Áustria, ou uma viagem de comboio de 2 horas a partir de Munique, na Alemanha. Uma vez em Füssen, chegar ao castelo é bastante simples, existindo até a opção de ir a pé, para quem gosta de caminhadas.
Erfurt
Foi nesta cidade que fiz campismo selvagem pela primeira vez, estava com algum (muito) receio, mas acabei por ceder graças à insistência de um grande amigo. Tivemos muito pouco tempo para aproveitar a cidade, na verdade apenas um dia. Demos umas voltas pelo centro, fomos a um posto de turismo pedimos um mapa para visitar a cidade, e daí fomos à descoberta. Encontrámo-nos com outros amigos, e depois fomos à procura do nosso canto para a noite. Acabámos por ficar num bosque não muito longe do centro da cidade, até dá para perceber onde no mapa abaixo.
O que fazer em Erfurt?
Um dos sítios de interesse a não perder mesmo é a Catedral de Erfurt, linda por fora e por dentro! Também na zona velha da cidade se pode visitar a quase milenar sinagoga, talvez a mais antiga da Europa num estado tão preservado. Para quem tem interesse também na história das religiões, recomendo a visita ao Mosteiro onde Martin Luther começou como monge, o pai da religião Protestante.
Onde fica Erfurt?
Erfurt fica bem no centro da Alemanha, não muito longe de Dresden e Leipzig. Para lá chegar a melhor forma talvez seja de comboio, vários ICE (inter-cidades rápidos) passam lá com ligação directa a várias cidades principais, como Frankfurt e Berlim. A cidade também tem um pequeno aeroporto, com voos para vários locais turísticos do Mediterrâneo de do Mar Negro. Mas talvez de avião não seja assim tão prático. E claro, existe a opção de carro a partir de qualquer uma outra cidade maior.
Weimar
E Weimar foi a continuação da viagem a Erfurt, onde também acabámos por fazer campismo selvagem. No entanto um pouco mais extremo, na nossa procura pelo local perfeito acabámos por ficar junto a uma zona militar dentro de uma propriedade privada (talvez até parte dessa mesma zona militar). Dormi bem mal, com metade do corpo em cima de um tronco, mas mais uma vez, uma experiência a recordar… Só no dia seguinte nos apercebemos que se calhar aquele local não foi dos melhores para acampar…
O que fazer por Weimar?
Quando se é estudante e com pouco dinheiro, os passeios resumem-se em muito ao que se pode visitar gratuitamente. E é ao escrever este artigo, 10 anos depois destas viagens, que me apercebo da quantidade de coisas que não vi e que se calhar até iria gostar de ter visitado… Em Weimar andámos pelo centro da cidade e fomos a um parque bem grande e agradável que lá está. Não visitámos mais nada, só mesmo aproveitar do que a cidade nos tinha para oferecer.
Ao pesquisar por dicas para Weimar, encontrei referência à Casa Kirms-Krackow, uma das casas mais antigas da cidade. Pelas fotos parece um local que vale a pena visitar, e até fica perto do castelo de Weimar, outro ponto de referência importante, onde podem visitar o museu.
Onde fica Weimar?
Bem perto de Erfurt, Weimar também fica bem no coração da Alemanha. A melhor forma de lá chegar é de comboio, com rotas directas de Berlim, Leipzig e Erfurt com comboio rápido, ou de regional de outras grandes cidades como Dresden.
O aeroporto mais perto fica em Erfurt, portanto se querem visitar Weimar seria uma excelente ideia juntarem as duas cidades num mesmo plano, afinal de contas ficam bem perto uma da outra.
Meißen
Meißen (ou Meissen) é um daqueles locais que quase que ficava por visitar. E infelizmente nem sequer tenho um único artigo a falar dessa visita aqui no blog, talvez porque também foi uma visita muito curta de apenas um dia.
Muitos dos meus amigos de Erasmus me falaram de Meißen, e era “já ali“. Por ser “já ali” é que fui adiando a visita, que quase que me esquecia de lá ir. Um pouco como Berlim, que quase que também ficou de fora… E esta vila afinal de contas, só fica a 25 km de Dresden… Acho que dificilmente poderia ser mais perto para quem vivia em Dresden…
O que fazer em Meißen?
Bem, eu visitei a vila essencialmente pela catedral e foi apenas a catedral (e o pequeno museu) que visitei. Apesar de estar em baixo de finanças na altura, até me recordo de ter pago para entrar na catedral, recordo-me que não foi muito mas ainda assim nunca gostei muito de pagar para visitar locais de culto religioso. Mas lembro-me bem de ter gostado do que vi, principalmente por fora.
A catedral fica na margem do rio, e assim que se chega vê-se aquele grande edifício no topo de uma pequena colina. Só por essa visão fiquei satisfeito de lá ter ido. Andei um pouco pela zona antiga da vila, comi por lá mas depois acabei por voltar a Dresden. Foi uma visita bem curta, mas era algo que tinha de ser feito…
Onde fica Meißen?
Tal como referi antes, fica bem perto de Dresden, a apenas 25 kms a norte da cidade. E quase como todos os locais que referi até agora, a melhor forma de lá chegar é de comboio. Existem comboios regionais a partir de Dresden, e em menos de meia hora já lá estamos!
Moritzburg
Em contraste com Meißen, Moritzburg por sua vez foi um dos primeiros locais que visitei. Aliás, até acho que foi a minha primeira mini-viagem fora de Dresden com o meu novo grupo de amigos. Uma vila que fica também a poucos quilómetros de Dresden, a apenas 15. Tirando a visita ao castelo, que fica no meio de um lago, não há muito mais a fazer na pequena vila. Mas se forem na altura do Natal, recomendo a visita ao mercado de Natal, não é tão bom como o de Dresden mas sendo mais pequeno também dá uma sensação mais acolhedora.
Onde fica Moritzburg?
Tal como referi antes, Moritzburg fica mesmo junto a Dresden, portanto da cidade até lá é só um saltinho. Dá para lá chegar de autocarro, ou então num comboio a vapor (algo que desconhecia até à data). Um meio dia dá para conhecer o castelo e dar umas voltas pela zona, que é bem verde e agradável para um passeio mais campestre.
Rúgia
Rúgia é a maior ilha da Alemanha, fica bem no norte do país e a apenas a cerca de um quilómetro do continente. Aliás, a proximidade é tal, que existe uma ponte a ligar a ilha ao resto do país. Fiz esta viagem mesmo no meu último mês na Alemanha, no seguimento da minha viagem a Berlim. A viagem desde Berlim foi à boleia, mas não da tradicional forma em que esticamos o dedo, mas sim através de uma página para pedir boleias, que funciona (ou funcionava) muito bem!
Salvo erro a boleia deixou-me em Bergen auf Rügen, onde depois me encontrei com o meu amigo, daí fomos até Sassnitz, e acabámos a noite a acampar no meio de um Parque Nacional! Mais outro acampamento selvagem, e este ao som das ondas. Devo dizer que foi mesmo fantástico!
O que fazer em Rúgia?
Rúgia é um grande destino turístico entre os alemães, e foi ainda mais popular durante a Alemanha Nazi. E não é à toa que assim o é, é de facto uma ilha muito bonita e com mesmo muito para visitar. A começar pelo Parque Nacional de Jasmund, com as encostas de pedra de giz e o bem-conhecido penhasco da Cadeira do Rei.
As praias entre Sassnitz e Binz são bem bonitas, e até podem acampar (legalmente) lá, o que acabámos por fazer na segunda noite. De Binz a Putbus podem fazer uma viagem num comboio a vapor, numa das antigas linhas da ilha. Em Putbus recomendo uma visita ao “circulo de Putbus“, uma parte da vila (salvo erro o centro) para onde muitas ruas convergem.
Já fora da ilha, mas com a mesma em vista, recomendo uma visita à cidade de Stralsund, passámos lá uma tarde muito bem passada! A subida à torre da igreja deveria ser obrigatória para quem visita a cidade, aquela vista é simplesmente fenomenal!
Onde fica Rúgia?
Como referi antes, fica bem no norte da Alemanha, banhada pelo Báltico. Para lá chegar já não é assim tão simples, ou de carro ou de comboio até Stralsund, e depois trocar para outro comboio que leva até Sassnitz. Também existe a possibilidade de ir de ferry, existem várias rotas que ligam a Sassnitz. Mas para visitar a ilha, recomendo mesmo um carro, nós usámos comboio e autocarros, e perdemos imensa flexibilidade por isso.
Suíça Saxónica
Deixei esta parte da Alemanha para o fim por ser uma das minhas preferidas, tal como Dresden (a seguir). Visitei o Parque Nacional duas vezes, mas passei por lá mais umas quantas. Uma das grandes vantagens de se ser um estudante universitário em Dresden é que por cerca de 150€ se tem um cartão de estudante e passe de transportes que dá acesso aos campus todos da Universidade, até àqueles que ficam fora da cidade… Pois, um deles fica bem perto da Suíça Saxónica, ou seja, transporte incluído até lá! Na verdade, dá para ir mesmo até à fronteira sem pagar mais por isso!
A primeira vez que visite o Parque foi com uma excursão de Erasmus, nem sabia ao que ia e acabei por adorar. Não fosse eu já um amante pela Natureza, claro que iria ficar apaixonado pelo parque. Fizemos uma caminhada pela montanha que durou um dia inteiro, subimos e descemos colinas, escadas, rochas e um pouco de tudo. Piquenique a meio da viagem, e terminámos com um saboroso vinho quente junto ao rio Elba, já prontos para regressar a Dresden. Foi um dia em cheio, e dormi que nem um bebé quando cheguei a casa! Se gostam de Natureza e vão visitar Dresden, não deixem de incluir um dia dos vossos planos para este Parque Nacional!
O que fazer na Suíça Saxónica?
Felizmente é um sitio onde não falta do que fazer! Não só no Parque Nacional em si, mas também nos arredores. De realçar que o Parque Nacional, no seu total, situa-se em dois países, continua para o lado da Chéquia, onde se chama Suíça Boémia. Sim, é mesmo verdade!
Da última vez que visitei o parque foi para visitar a ponte Bastei, as vistas lá de cima para o vale do Elba são inacreditáveis! E ver um comboio a passar lá em baixo dá uma perspectiva ao quão alto estamos! E falando em alturas, porque não também visitar o castelo de Königstein? Este infelizmente não cheguei a visitar, mas espero cumprir com esse objectivo este ano!
E para quem gosta de desporto e actividade física, recomendo tanto a fazerem a ciclovia do Elba até ao parque, e/ou a fazerem uma caminhada pelo parque tal como eu fiz. Mas se forem de um estilo mais descontraído, podem sempre entrar num dos barcos turísticos em Dresden e descerem o Elba até à fronteira, também é uma viagem que vale bem a pena. Não irão faltar actividades para fazer na zona do Parque Nacional, é só puxar pela criatividade!
Onde fica a Suíça Saxónica?
O Parque Nacional fica na fronteira com a Chéquia, no estado da Saxónia. Para lá chegar, ou vindo de Praga e de comboio – mas para isso, também irão ter a oportunidade de visitar o parque na zona da Chéquia – ou desde Dresden, também de comboio ou com uma opção de barco turístico.
Os comboios internacionais rápidos não param nas estações intermédias, mas se forem de regional a viagem também não é demasiado longa.
Dresden
E deixei para o fim desta lista a minha cidade de eleição, não fosse esta a cidade onde passei a maior parte do meu tempo de Erasmus, com imensas festas, actividades e muito mais. E também onde fiz imensos amigos! Pena que a grande maioria dos artigos que escrevi na altura não eram sobre viagem, mas essencialmente sobre o meu dia-a-dia e acabei por os reformar por serem pouco indicados para a temática deste blog…
Mas para quem não sabe, Dresden é a capital da Saxónia, um estado no leste da Alemanha em fronteira com a Polónia e a Chéquia. A cidade está repleta de história e monumentos, alguns deles até bem recentes. Monumentos recentes? Sim, durante a Segunda Grande Guerra, o centro da cidade foi bombardeado o que destruiu grande parte da parte velha da cidade.
Após a guerra, vários anos mais tarde, decidiram reerguer a Igreja de Nossa Senhora, como tal as cores das pedras do edifício destoam dos outros edifícios que sobreviveram o bombardeamento. Não por serem diferentes, mas simplesmente por serem pedras novas e ainda por escurecer.
Como é óbvio, a cidade tem vários bairros, mas os dois mais centrais são conhecidos por “Nova cidade” (Neustadt) e “Cidade velha” (Altstadt). Devido à guerra e às cheias de 2002, que submergiram a zona velha da cidade, hoje em dia a Cidade velha está mais renovada, enquanto que a Nova cidade tem um aspecto mais antigo ou descuidado. Talvez agora esteja melhor, faz exactamente 10 anos que não visito a cidade…
O que fazer em Dresden?
Não pensem que por ser uma cidade não muito grande, que um dia basta. Não, não chega! Alias, a zona central é bem possível de visitar em um ou dois dias, mas para aproveitar devidamente a cidade vai ser preciso mais uns dias.
Além das zonas que já referi, de Altstadt e Neustadt, que tem imenso para ver e fazer, também recomendo a saírem do centro e irem explorar a zona de Pillnitz. No mapa abaixo dá para ver essa zona, mesmo no sul da cidade onde passa o rio. Para lá chegar, podem apanhar o elétrico numero 2, e depois atravessarem o rio no ferry que demora apenas uns minutos a atravessar o rio. Aí vão encontrar mais um dos muitos palácios da zona, e mais um excelente local para piqueniques. Quando lá chegarem, reparem nas marcas das cheias que atingiram a zona, e olhem à volta… Vão ver que é quase tudo planície… Agora imaginem o mar que ali se abriu, tal foi a altura das cheias.
Para quem gosta de andar de bicicleta, também me aventurei pelo Bosque de Dresden (Dresden Heide) e me diverti imenso por aqueles trilhos, além de Natureza não há muito mais para ver ali, mas quem gosta de Natureza irá gostar de se aventurar. Se forem mais dados a uma Natureza citadina, então recomendo a visita ao Großer Garten, o Jardim Grande. No centro do jardim está mais um palácio… Sim, nesta zona da Alemanha também houve uma inundação de palácios… E junto ao Großer Garten recomendo a visita à Fábrica da Volkswagen, a Fábrica Transparente. É uma visita que vale a pena, gostei bastante de ver como fazem os carros numa fábrica com uma limpeza quase cirúrgica!
E, uma zona não tão visitada mas que tem uma beleza e interesse únicos, a Universidade de Dresden, com edifícios modernos e antigos, com particular destaque para a Faculdade de Informática, onde eu estudei.
Uma sugestão que dou é a irem para a zona de Neustadt um pouco antes do pôr-do-sol, e voltarem-se para Altstadt. O pôr-do-sol sobre a zona do castelo e da igreja é simplesmente fenomenal. Claro, que depende muito da previsão meteorológica…, com chuva é capaz de não ser assim tão bom…
Onde fica Dresden?
Dresden, a capital da Saxónia, fica entre Berlim e Praga no leste da Alemanha. Para lá chegar é bastante fácil, apesar de não existirem voos directos de Portugal, o aeroporto de Dresden está bem servido de destinos e conexões, até para vários aeroportos principais na Alemanha. Depois até ao centro, apenas uma curta viagem de comboio.
E falando em comboios, sendo uma cidade principal, é fácil adivinhar que também é bem servida por comboios rápidos nacionais e internacionais, aliás, até tem duas estações principais, uma em Neustadt e outra em Altstadt. Se tiverem oportunidade, não deixem de visitar esta cidade!
Próximos planos
Em comemoração do 10º aniversário desde que fizemos Erasmus, eu e os meus amigos estamos a planear um encontro em Dresden na segunda metade deste ano! Desde que terminei a experiência de Erasmus que nunca mais voltei à cidade, o misto de excitação e ansiedade já mexem comigo, e ainda nem sequer marquei o voo! São muitas e boas memórias que fiz naquela cidade, memórias estas que espero rever com os meus amigos!
Se gostaram deste artigo, seria uma ajuda muito grande se o partilhassem com quem conhecem. Um grande obrigado!
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