Esta semana cumpri (finalmente) mais um dos meus objectivos de Eramus, ir a Auschwitz!
Quem procura encontrar algo deprimente, recomendo vivamente a irem no Inverno pois na Primavera de deprimente só mesmo a história e se imaginarem o que as pessoas passaram lá, achei demasiado “tourist oriented“. Árvores bem arranjadas, relva, entrada toda arranjadinha…, até vi pessoal a fazer uma merenda à entrada…
AVISO: Este é um artigo antigo, foi escrito quando era bem mais jovem e com uma mentalidade diferente. A minha opinião em relação a estes eventos mudou consideravelmente. Este artigo inicialmente não foi escrito com intuito de ser um artigo de viagens, mas sim como um diário de uma experiência pessoa. Foi ajustado com mais informação relevante, no entanto mantive grande parte das memórias que escrevi na altura.
Auschwitz I
Esta é a descrição de Auschwitz I, o centro administrativo de todo o complexo. No entanto apesar de ser o centro administrativo também era palco de torturas e afins, neste mesmo complexo vimos parte de um documentário filmado na época, imagens reais da libertação de prisioneiros e do estado de muitos deles… Esta foi a única parte que realmente me fez ficar incomodado, não é lá muito agradável ver o estado de algumas crianças sobreviventes de torturas e afins…
Em Auschwitz I o guia é totalmente dispensável, existem letreiros por tudo quanto é lado a explicar tudo e salvo erro a entrada é gratuita, no entanto fui sempre com guia o que acabou por me valer a pena em Auschwitz II – Birkenau, aí não há qualquer tipo de orientação e um guia é indispensável.
Este foi o primeiro campo em Auschwitz, tal como o nome indica. Inicialmente viviam pessoas junto ao quartel, mas como os polacos eram considerados como fanáticos contra os SS, despejaram toda a gente num raio de 40 km em redor do campo. Ao que os Nazi chamaram de zona de interesse.
O crematório de Auschwitz I não foi construído com o intuito de ser uma arma de morte em massa, mas sim para se desfazerem de corpos de prisioneiros executados. Só mais tarde passou a ser usado para queimar as vitimas das câmaras de gás, com a capacidade de queimar cerca de 340 corpos em 24 horas.
A primeira execução usando Zyklon B foi também em Auschwitz I, como uma experiência. Que resultou em ser usado como arma de execução em massa em salas convertidas em câmaras de gás.
Auschwitz II – Birkenau
Em contra partida, em Auschwitz II as coisas foram um bocado mais realistas…, no entanto a desvantagem foi mesmo o factor Primavera… Não havia o relvado de Auschwitz I mas havia o ervado característico da Primavera. Fiquei um bocado decepcionado com o que vi, ia com a ideia pré-concebida de que iria ver algo bem depressivo e no entanto acabei de ver uma zona bem cuidada para o Turista poder ver.
Claro que não esperava encontrar lá exemplificações de extermínio em câmaras de gás nem de ver pessoal a trabalhar, esperava sim encontrar algo bem menos tourist-oriented… Espero lá voltar num Inverno, aí sim deve ser deprimente. Não é que goste de ver coisas deprimentes mas gosto de saber que estou a ver algo mais próximo da realidade possível.
Uma vantagem de só ter ido agora a Auschwitz foi agora já ter (embora que reduzidos) conhecimentos de Alemão. De facto tem outro interesse poder compreender (nem que seja em parte) algumas das coisas escritas nas paredes das cavalariças onde os prisioneiros dormiam, a interpretação de meia dúzia de letras tem outro sentido…
Fiz também uma curta passagem por Cracóvia onde encontrei alguns Erasmus de Dresden também de visita a Cracóvia, foi uma surpresa bastante agradável. Sobre a cidade pouco posso falar, mal tive tempo para a visitar mas quem sabe um dia lá regresse.
A experiência em Auschwitz II é bem diferente, assim que se começa a perceber em que condições os prisioneiros viviam tudo muda para nós. Vivam em tipo de estábulos, até 4 pessoas por “cama”, com um espaço de cerca de 1 metro quadrado por pessoa. Os seus pertences eram-lhes retirados assim que chegavam ao campo. Segundo a fiolosofia dos Nazis, eles deveriam viver com o mínimo possível e indispensável.
Os prisioneiros teriam de viver nas barracas enquanto eles mesmos as estavam a construir. E não só, durante a noite teriam de fazer vários alinhamentos. Isto resultou em muitos morrerem de hipotermia, fome e cansaço.
Existiam 4 crematórios e 1 câmara de gás, ao que os prisioneiros chamavam de casa cor-de-rosa por ser construída de tijolos. Os novos prisioneiros chegavam à câmara de gás, que estava identificada como “Desinfecção”. Removiam as roupas todas, e entravam na câmara que tinha cabeças de chuveiro falsas para os iludir. E daí, por chaminés do terraço, eram largadas grandes quantidades de cristais de Zyklon B. O próprio calor humano dos prisioneiros acelerava a gaseificação dos cristais que resultava na sua morte.
Como chegar a Auschwitz?
A melhor forma talvez seja mesmo através de uma excursão. Terão tudo incluído e organizado por vocês. Cracóvia é a cidade mais próxima, como tal recomendo a marcarem alojamento aí, e depois seguirem numa excursão para Auschwitz.
Se quiserem ir por conta própria, então podem ir tanto de autocarro como de comboio. A vila onde fica Auschwitz tem o nome de Oświęcim, pronuncia-se de uma forma bem similar a Auschwitz. Aparentemente os alemães não sabiam pronunciar o nome da vila como deve de ser, então ajustaram o nome para Auschwitz.
Pode ir tanto de comboio como autocarro até Oświęcim, as ligações com Cracóvia são bastante boas.
Leave a Reply