Ora bem…, já tinha escrito um artigo sobre o filme Into the Wild…, agora foi a minha vez de avançar com isto, claro que a comparação deverá ser feita a uma escala de 1:1000, mas não deixa de ser um Into the Wild para mim!
Basicamente o que aconteceu foi um simples campismo, os espanhóis decidiram ir a Erfurt, Weimar e Jena. Então o Tiago sugeriu-me irmos acampar para Erfurt e Weimar, sempre deu para poupar uns trocos no alojamento…, o detalhe é que foi campismo selvagem….
Desventuras em Erfurt
Só estivemos 2 noites a acampar, a primeira foi num parque natural de Erfurt…, ou seja, ainda nos arriscámos a ter de dar satisfações à policia, mas nada aconteceu. Ficámos num local mesmo bem refundido sem visibilidade de nenhuma das estradas. E a tenda, sendo acastanhada, é bem camuflada. Essa noite até dormi bem, durante a noite ainda ouvi bichos a esgravatarem na tenda (ratos ou esquilos) e o acordar foi mesmo ao som da Natureza, pássaros por tudo quanto era lado!
Mosquitos também estavam por tudo quanto era lado, e devemos ter montado a tenda numa zona de moscas…, estou todo mordido! Mas sempre deu para conhecermos aquela mata, bastante agradável mesmo. O banho foi num rio, banho à gato…, só da cintura para cima pois nem tinha os calções de banho vestidos e nem estava para isso…
Quanto à segunda noite…, o plano era para acamparmos junto ao campo de concentração de Weimar, no meio de uma floresta. No entanto os problemas começaram cedo desta vez…, primeiro começou a chover bastante durante a tarde (e com um calor brutal). Mas lá parou de chover antes de irmos procurar o local para montar a tenda… Depois fomos apanhar o autocarro para irmos para o bosque mas azar dos azares…, ao Sábado havia poucos para lá e à hora que fomos já não havia nenhum…, lá tivemos de apanhar um autocarro para essa zona e andarmos um bocado a pé…
Segundo o Tiago, as pessoas conhecem-se bem é em situações de necessidade, acampamentos selvagens são exemplo disso… O que acabei por mostrar é que sou um cobarde…, por vontade dele íamos para um bosque com um portão (?!). Na minha ideia aquilo era violação de propriedade privada…, lá andámos bastante e chegámos a um ponto onde vimos um bom local para entrar no bosque, parecia brutal! Ao que vemos logo de seguida uma tabuleta a dizer Perigo de Vida – Zona Militar…, não foi preciso muito tempo para ambos desistirmos da ideia daquele local. Lá voltámos para a propriedade privada e lá a invadimos…, a muito custo mas lá fui atrás dele.
Lá chegámos a um local que parecia menos mau, a mim parecia que estava a acampar ao lado de um pomar e mais acobardado fiquei. Encontrámos um canto porreiro para montar a tenda e lá tratámos de fazer daquele canto a nossa casa por uma noite…
Um pouco da cidade de Erfurt
Erfurt é a capital do estado alemão da Turíngia e uma das cidades independentes da Alemanha. Esta é uma cidade já bem antiga, existem indícios de que populações viveram naquela zona desde cerca de 100 000 AC. No entanto, o nome da localidade aparece pela primeira vez em 742, com o nome de Erphesfurt, numa carta enviada ao papa São Bonifácio. A primeira igreja foi construída nesse ano, com o intuito de começar o cristianismo na zona. A Catedral de Erfurt foi construída nesse local, sendo hoje em dia um dos locais a visitar na cidade.
A cidade está no centro da Alemanha, e por lá passava também a Via Régia, uma das artérias principais da rede medieval comercial que se estendia pela Europa. O que fez de Erfurt um centro comercial muito importante na altura.
Sendo uma cidade rica em história, não faltam também locais históricos a visitar. A Catedral de Erfurt, como referi antes; a Krämerbrücke (ponte dos mercadores) que é uma ponte com habitações e lojas, uma das poucas pontes com habitação no mundo; o Mosteiro de Santo Agostinho, que foi lar de Martinho Lutero; a Antiga Sinagoga de Erfurt, que data de cerca do ano 1200; e a Cidadela de Petersberg, uma das maiores e mais preservadas cidades-fortalezas na Europa.
Desventuras em Weimar
Carraças, melgas com fartura, um tronco debaixo das costas a noite toda, urtigas (tenho as pernas todas picadas), sentimento de insegurança à bruta.
O banho foi mais original desta vez, foi numa fonte em plena vila (ou cidade?), até tem a sua piada quando deixamos de nos preocuparmos com coisas banais como o aspecto.
Um pouco sobre a cidade de Weimar
Primeiro que nada, Weimar lê-se “Vaimar“. Os Ws em alemão têm o som de V, e o ditongo “ei” em alemão tem o som de “ai”. Salvo erro o nome da cidade até é traduzido como Veimar para português. Convém saber dizer o nome de uma cidade quando se planeia visitá-la.
Esta é outra cidade cheia de história, tanta que até teve direito a uma república com o mesmo nome! Foi nesta cidade onde a Constituição da República foi discutida e escrita. O que deu origem à designação de República de Weimar a este período de tempo na história da Alemanha.
No que respeita a locais para visitar, esta cidade é repleta de história. Tanta que tem duas áreas designadas por Património da Humanidade da UNESCO, e em cada uma dessas áreas estão 11 e 6 sítios relacionados com períodos da história de Weimar. Weimar Clássica, que corresponde a 11 sítios relacionados com o classicismo de Weimar. E Bauhaus e seus sítios em Weimar, Dessau e Bernau, 6 edifícios ligados à escola de arte Bauhaus, uma escola que esteve em actividade apenas durante o período de 1919 até 1933, e que teve um grande impacto na revolução arquitectónica do século XX e no pensamento estético e prático.
Balanço da experiência
A repetir sem qualquer sombra de dúvidas! Desta vez não correu nada de mal apesar de existir sempre esse risco, mas também serviu para eu aprender a arriscar um bocado mais naquilo que não consigo controlar. Ahh, e adoro acampar!
Quanto à suposta propriedade privada de Weimar…, segundo o google earth era mesmo uma zona industrial abandonada…
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