O que visitar em Malta em 4 dias?

O que visitar em Malta em 4 dias?

Quem procura por este pequeno país no mapa facilmente pensa que basta uns dias para visitar Malta. Fica o aviso de que sim, dá para “visitar” o país, mas certamente que não dá para o aproveitar devidamente. Cometi esse erro ao pensar que um fim-de-semana prolongado seria o suficiente, mas voltei a casa com vontade de regressar.

Malta é um pequeno arquipélago constituído por 3 ilhas principais e alguns ilhéus. Estas três ilhas são a ilha de Malta, onde fica a capital La Valetta, a ilha de Comino e a ilha de Gozo. Todas estas ilhas têm locais bem famosos que levam vários turisticos a tentarem saltar de ilha em ilha em poucos dias. Um destes locais famosos foi recentemente destruído devido ao mau tempo, ainda assim, Gozo continua a ser um destino bem popular a visitar no arquipélago.

O que visitar na ilha de Malta?

A ilha de Malta é o destino mais visitado, e o destino mais explorado também. Enquanto que muitas pessoas optam por um cruzeiro de um dia às outras ilhas, na ilha principal é onde se aventuram mais a conhecer devidamente alguns dos pontos principais da ilha.

Janelas em Valeta
Janelas em Valeta

A nossa chegada a Malta foi um pouco atribulada e quase que ditou uma alteração nas nossas férias. Ventos cruzados, que aparentemente é normal, e tentativa de aterragem em que a hospedeira diz mesmo “vamos tentar aterrar”. Algo bastante agradável de ouvir quando estamos dentro de uma lata a algumas centenas de metros no ar… Alguns passageiros ao nosso lado disseram que muito provavelmente iríamos ser desviados para a Sicília, mas felizmente aterrámos em Malta.

Transportes na ilha de Malta

O sistema de transportes na ilha de Malta é bastante bom, sendo um país pequeno não existe a definição de tarifas diferentes consoante a distância. O preço é único, e os transportes bem frequentes. Na ilha de Malta nem sequer recomendo usarem carro. Além de ser desnecessário, vai acabar por adicionar um custo extra (e sem motivo) à viagem, e com alguns stresses também com estacionamentos e algum trânsito.

A recomendação que vos dou é a de comprarem um cartão recarregável de viagens, que ficará ainda mais em conta. Podem comprá-lo logo à chegada no aeroporto ou nos vários pontos de venda de bilhetes que encontram nas cidades à volta da capital.

Logo no aeroporto tivemos uma experiência menos agradável com o atendimento maltês. Mas foi um caso isolado, em geral nunca tivemos problemas com falta de simpatia das pessoas.

O que visitar a capital de Malta, Valeta

Quem vai a Malta e não visita a capital então nem pode dizer que visitou o país. Valeta é daquelas capitais que vale a pena visitar, um local bem bonito e cheio de história. Grande parte da capital são zonas pedonais, e os acessos a pessoas com mobilidade reduzida também estão minimamente preparados.

Uma das coisas que mais recomendo é a deixarem-se perder pelas ruas da cidade. É uma cidade bem pequena, portanto é fácil andarem de um lado para o outro e apreciarem a arquitectura lindíssima da cidade. O passeio em volta da peninsula toda proporciona vistas para as outras penínsulas e para a ilha Manoel, onde dá para ver um forte. Basta olhar o mapa para perceber a quantidade de peninsulas bem juntas umas às outras. Pelo passeio ribeirinho dá para ver muitas destas peninsulas com muitas oportunidades para fotografia.

A capital também está repleta de museus e edifícios dignos de uma visita. Não foi à toa que em 2018 foi Capital Europeia da Cultura. Além de que a cidade é toda considerada como Património UNESCO da Humanidade.

Vista para a marginal em Valeta
Vista para a marginal em Valeta

Para visitar Valeta devidamente seria necessário pelo menos um dia inteiro. Mas sendo este guia uma sugestão de apenas 4 dias no país, as sugestões para a capital resumem-se ao que fazer numa tarde. Quando visitámos Malta deixámos a capital para o fim, e se antes já tínhamos a sensação de que 4 dias não eram suficientes, foi em Valeta que esta suspeita se confirmou.

Dos muitos locais que vimos que poderíamos visitar e não o fizemos por falta de tempo, dou destaque para o teatro Malta 5D, que vos leva a conhecer a história do país num teatro de sensações, com movimento, salpicos de água e vento. O museu dos correios, que demonstra a importância geográfica estratégica de Malta durante os tempos de guerra. O teatro Manoel, um dos teatros mais antigos ainda em funcionamento na Europa. E a Cocatedral de São João, não só um lugar de culto, mas também uma autêntica obra de arte. E claro, que isto é apenas um pouco do muito que podem visitar em Valeta.

Ficar em Sliema e St. Julian

Uma das características de Malta que surpreendem muitas pessoas quando visitam o país, é o quão pequenas as cidades são. Olhando o mapa pensamos que aquelas peninsulas são bem maiores do que na realidade são. Pensamos que se cada península daquelas cabe uma cidade, então é porque a península deve ter um tamanho considerável. Não, este não é o caso. É facílimo passar de uma cidade para a outra, a pé, quase sem darem por isso. Apesar de serem cidades, pela forma como estão interligadas mais parecem ser um bairro de uma cidade maior.

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Sliema e St. Julian são duas destas cidades, uma junto à outra, e bem populares pela vida nocturna. Enquanto Valeta é mais uma cidade cultural, Sliema e St. Julian são cidades mais urbanizadas e com mais vida local.

Nós escolhemos Sliema como sítio onde pernoitar e acabou por se revelar uma excelente opção. O “hostel” onde ficámos era apenas um quarto de luxo num hotel transformado em camaratas, com um jacuzzi sem cortinas que alagava a casa de banho toda, e outro jacuzzi num canto no quarto. Algo um pouco estranho, mas com uma grande vista. E entre a vida nocturna de St. Julian e a zona cultura de Valeta, tudo bem perto.

Visitar Mosta, Rabat e Mdina numa tarde

Sendo uma ilha pequena, com tantas localidades, acaba por ser um pouco confuso quando andamos a viajar pelo país. Pensamos que ainda estamos numa cidade, e já estamos a chegar a outra. De Sliema a Mosta mal demos por isso de termos saído da “zona da capital”.

O ex-libris da vila (ou cidade?) é a Rotunda de Mosta. Uma igreja redonda com uma pequena particularidade, lá dentro encontra-se a “bomba milagre“, uma réplica de uma bomba que durante a Segunda Guerra Mundial caiu dentro da igreja, com 300 pessoas lá dentro, mas não explodiu.

Vista frontal da Rotunda de Mosta
Vista frontal da Rotunda de Mosta

Falando em Segunda Guerra Mundial, mesmo junto à igreja existe uma pequena passagem subterrânea que foi usada durante os tempos da guerra. Uma visita curta, mas interessante.

Ainda em Mosta, existe outro local que vale a pena visitar, mas que infelizmente na altura não tinha conhecimento dele. As Catacumbas Ta’ Bistra, com mais de 1700 anos!

Rabat e Mdina

Apanhando outro autocarro passado pouco tempo chegamos a Rabat e a Mdina. Na verdade, estas duas vilas são tão próximas que nem damos por isso de sair de uma e entrar na outra. Mdina é conhecida como a Cidade Silenciosa, que fica no topo de uma colina com vista para grande parte da ilha de Malta. Uma pequena cidade fortificada, cheia de oportunidades para fotografia e para passeios mais românticos.

Para os amantes de Game of Thrones, Mdina foi um dos vários locais em Malta que usaram como local de filmagens. Uma das cenas filmadas em Mdina foi o bordel do Littlefinger. Além de Mdina existem outros locais a visitar em Malta que foram usados durante as filmagens da série.

Entrada principal de da fortificação em Mdina
Entrada principal de da fortificação em Mdina

Já Rabat tem uma característica mais recente, ainda assim muito rural. Não tem o charme de Mdina, mas recomendo um passeio pela cidade e a aventurarem-se pelas Catacumbas de São Paulo. Foi um dos locais que mais gostámos de explorar, sem dúvida muito interessante.

Para encontrar sítio onde comer, Rabat é de facto a melhor opção. Mais barato e com opções igualmente boas. Foi também em Rabat onde encontrámos um empregado de mesa de Cork. Assim que ele viu que o meu cartão de débito é irlandês meteu logo conversa. O mundo é mesmo uma ervilha…

Explorar a Blue Grotto e comer peixe fresco em Marsaxlokk

A Blue Grotto é um dos locais mais populares a visitar em Malta, no entanto frequentemente confundido com a Blue Lagoon na ilha de Comino. Muitos turistas acabam por pensar que se trata do mesmo local acabando por não reservar tempo para visitar este local magnífico.

O que visitar em Malta em 4 dias?
O que visitar em Malta em 4 dias?

O caminho até à Blue Grotto é bem mais rural. Aqui sim irão perceber que saíram da zona urbanizada da ilha. E é perfeitamente possível visitar a Blue Grotto de transportes públicos. Foi o que fizemos! A vista da paragem do autocarro é magnífica, mas recomendo vivamente fazerem uma descida até à zona do porto e uma viagem de barco pelas caves e arcos. Vale bem a pena e se tiverem tempo extra acho que vale a pena nadar ou até mergulhar na zona. Pena que nós não tínhamos assim tanto tempo…

E para terminar o passeio, porque não uma paragem em Marsaxlokk? Marsaxlokk é uma vila piscatória com uma baia bem bonita e fotogénica. Um dos locais recomendados em Malta para comerem peixe fresco, como tal, claro que tive de lá ir provar esse peixe. O meu almoço foi um peixe cozinhado em sal! Muito bom mesmo!

Visitar a Popeye Village em Malta

Antes de começar com esta recomendação, quero começar com um aviso. Não acho que valha a pena colocar a Popeye Village nos planos caso não fique a caminho de algo que queiram ver. Sim, é engraçado, mas fiquei um pouco desiludido com a experiência em si.

A Popeye Village é o que resta dos “estúdios” do filme Popeye de 1980, cujo actor principal foi o Robin Williams. Depois de terminarem as gravações, a população de Malta pediu para manterem o estúdio, que acabaram por usar como destino turístico.

Se o objectivo for apenas tirar uma fotografia, então podem fazê-lo perto do parque de estacionamento, que tem vista para a baia toda. E daí tiram excelentes fotos!

Aldeia do Popeye vista de cima
Aldeia do Popeye vista de cima

Agora se quiserem visitar, aí já terão de pagar, e aí a experiência pode mudar imenso consoante diversos factores. No nosso caso, nesse dia estavam medusas no mar, e como tal não pudemos ir ao mar. E o passeio de barco (que salvo erro estava incluído no bilhete) também não estava em funcionamento. Então pagámos cerca de 15€ por uma visita muito curta que não chegou a durar uma hora.

Não existe nenhum autocarro directo para os estúdios desde da zona da capital. Podem parar na vila Mellieħa e depois caminharem por cerca de meia hora até ao outro lado da ilha (são menos de 2km). Ou se tiverem bagagem, como nós, podem esperar por um dos autocarros que vão da vila à Popeye Village. Cuidado com as ofertas de vigaristas, que infelizmente caímos. Apareceu-nos uma carrinha a dizer que os autocarros estavam cancelados, e que ou a pé ou naquelas carrinhas. Pagámos apenas 2€ por uma viagem de 5 minutos, e o autocarro chegou logo de seguida. No regresso optámos por andar…

Visitar a Blue Lagoon em Comino

Dependendo do tempo que têm disponível, podem fazer várias actividades em Comino. Mas se apenas tiverem 4 dias para visitar Malta, como nós, então não sobram muitas opções.

A Blue Lagoon é sem dúvida um dos locais mais visitados, e em época alta até recomendo a NÃO visitarem! A lagoa é de facto lindíssima, mas a zona que temos disponível para colocar a toalha é minúscula. Apenas uma extensão de cerca de 20 metros de areia, por uma largura de 3 metros. As opções acabam por ser na parte de cima da falésia, que é pura terra e rocha. A juntar a isto tudo, há sempre o risco de roubos. Encontrarmos um sítio para deixarmos as coisas pode ficar a uns minutos da água, e sempre a descer porque se trata de uma falésia.

Mini-praia na Blue Lagoon em Comino
Mini-praia na Blue Lagoon em Comino

Quando visitámos a Blue Lagoon existia um local para deixarmos os nossos pertences de valor. Mas mais uma vez, muito limitada, apenas uma “tenda” com cacifos, e opção de deixar as malas maiores com uma etiqueta. Nessa mesma zona existem várias carrinhas com comida, claro, algo caro…

Mas se tiverem tempo para explorar mais, então podem sempre fazer uma caminhada pela pequena ilha, fazerem alguns desportos náuticos e até mergulho. Esta última opção foi a que mais me deixou tentado a fazer, infelizmente o tempo não deu mesmo para tudo.

Como chegar a Comino

Para chegar a Comino existem várias opções, ou de cruzeiro desde Sliema, ou ferries desde a ilha de Malta, no extremo junto a Comino e Gozo, ou opções particulares.

E para chegar ao ferry, desde a zona da capital, existe um autocarro que cerca de uma hora de viagem com muitas paragens. Preparem-se que esta rota é bem popular, portanto se não conseguirem encontrar lugar sentados, correm o risco de fazerem uma viagem de cerca de uma hora sempre de pé! Isto aplica-se para ambas as direcções.

Como o nosso destino final era Gozo, conseguimos uma opção de um bilhete combinado de Malta a Gozo, com paragem em Comino por umas horas. Enquadrou-se perfeitamente no nosso plano!

O que visitar na ilha de Gozo

Ao contrário da ilha de Malta, em Gozo recomendo vivamente a alugarem um carro. E como é normal em locais pequenos, tudo é negócio familiar. Quando escolhemos a casa pelo airBNB tivemos logo a opção de alugar carro, viemos a descobrir depois que tanto o airBNB como o aluguer de carros é tudo do mesmo dono! Ele até nos contou a sua história em como começou o seu negócio de forma ilegal, a alugar carros a turistas, e que mais tarde o legalizou e expandiu.

Edifícios antigos em Qala, ilha de Gozo
Edifícios antigos em Qala, ilha de Gozo

Uma das grandes vantagens de usar airBNB é o contacto com os donos, que sendo pessoas locais são das melhores pessoas para recomendarem locais a visitar.

Apenas dormimos uma noite em Gozo, mas aproveitámos ao máximo o dia seguinte. Chegámos no final do dia, e no dia seguinte começámos a explorar logo cedo, e ficámos até ao último ferry de regresso à ilha de Malta.

Passar a noite em Qala

Evitem a tentação de escolher o centro da ilha como base, ou a capital da ilha, Victoria (que também fica no centro). Pode parecer muito boa ideia, visto que ficam mais perto de tudo. Mas a ilha é tão pequena que de facto mais vale pensarem em como vão regressar à ilha de Malta. Qala fica mesmo perto do porto de Gozo, uma viagem de taxi ou autocarro até ao porto é bastante curta e fica em conta. Enquanto que se ficarem no centro da ilha, terão de devolver o carro, e depois ainda terão de chegar ao porto. A menos que aluguem o carro logo no porto, de outra forma não compensa.

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Qala é uma vila muito pequena, no topo de uma colina com vistas bem bonitas, e com alguns restaurantes bons. Foi em Qala que nos sentimos mais numa zona rural, bem descontraído, bonito e calmo. No entanto, a nível de turismo não tem muito mais para ver.

Ir à praia em Ramla Bay

Devo confessar que não sou muito menino de praia, apesar de noutras viagens passadas ter feito alguma praia. Mas como não fui sozinho, acabou por entrar nos nossos planos. Ramla Bay não é nada de extraordinário, mas ainda assim uma praia agradável e uma das mais popular em Gozo. Também uma das maiores de Gozo.

Algo que não tínhamos conhecimento antes de pensarmos em visitar Malta é da vista de uma gruta não muito longe de Ramla Bay. Na verdade, da gruta dá para tirar fotos brutais com vista para a praia. O nome desta gruta é Tal Mixta, fica para uma próxima visita…

Visitar as Salinas de Marsalforn

As Salinas de Marsalforn é um dos locais a não deixar de visitar em Malta. Estas salinas têm cerca de 350 anos e ainda continuam activas, numa extensão de cerca de 3 kms. Estas salinas foram esculpidas na rocha, e durante o verão até poderão ver os locais a trabalharem nas salinas.

Salinas de Marsalforn junto ao mar
Salinas de Marsalforn junto ao mar

Uma das coisas que recomendam vivamente, e que também têm avisos, é a respeitarem o local como local de trabalho. Não andem sobre as salinas, pois tanto podem danificá-las como podem também contaminar o sal. Apesar de ser um local popular, não existe apenas como local de turismo.

Nadar no vale Wied il-Għasri

Wied il em maltês quer dizer O vale. Pelo país encontram vários locais com o prefixo Wied il, e agora já sabem porquê!

Assim que decidi em visitar Malta comprei logo um livro de viagens sobre o país. Mas acabei por mal o abrir…, só o abria nos locais que estava a visitar para tentar descobrir um pouco mais além das sugestões dos locais. Wied il-Għasri não foi um desses locais que descobri no guia. Na verdade, esta foi uma das sugestões que a nossa anfitriã nos deu.

Vale Wied il-Għasri em Gozo
Vale Wied il-Għasri em Gozo

Devo confessar que quando chegámos ficámos um pouco desiludidos. Fomos por caminhos secundários apenas para vermos o mar a entrar num vale? Vimos lá de cima, é de facto bonito, mas e daí? Como já ali estávamos, começámos a andar junto à falésia, até que reparámos que estavam pessoas lá em baixo a nadar. Aí o interesse mudou completamente!

Tentámos descobrir como é que essas pessoas lá chegaram abaixo, e demos com umas escadas que levam ao final do vale. E valeu mesmo a pena a visita! Poucas pessoas, uma água cristalina e muito boa, e muitas pedras para esfoliar os pés… Wied il-Għasri foi uma das nossas boas surpresas em Gozo.

Visitar uma janela menos conhecida em Malta, Wied Il-Mielaħ

Não há muito tempo a famosa Janela Azul caiu, o que era o ex-libris da ilha de Gozo e um dos locais mais conhecidos em Malta. Mas ainda existem outras janelas no arquipélago, e esta é algo impressionante.

Wied Il-Mielaħ, uma janela menos conhecida em Malta
Wied Il-Mielaħ, uma janela menos conhecida em Malta

Visitámo-la por sugestão da nossa anfitriã do airBNB, nem tínhamos conhecimento do local. Ao chegarmos lá, parte do trilho para a melhor perspectiva estava fechado, mas ainda assim deu para ver bem a altura da janela. Não é tão magnífica como as fotos da Janela Azul, mas ainda assim é um local bonito de visitar.

No topo de Gozo, visitar a Basílica Ta’ Pinu

Não sou religioso mas adoro arquitectura. Quando visito catedrais e igrejas é essencialmente pela arte. É inegável que a religião catapultou imenso a arte, tanto na arquitectura como escultura e pintura. No caso da Basílica de Ta’ Pinu, os motivos para a visita são acrescentados pela vista lá do topo.

Vista para a Basílica Ta' Pinu
Vista para a Basílica Ta’ Pinu

Para quem vem de Wied Il-Mielaħ a caminho do próximo destino da lista, onde ficava a Janela Azul, a certa altura vão ver a basílica no topo do monte. É quase impossível de não a ver, e se lá de baixo dá para a ver, imagem as vistas lá de cima!

Inicialmente Ta’ Pinu não estava na nossa lista, mas assim que nos apercebemos que ficava na nossa rota acabámos por lá parar. Também para almoçarmos na vila. Mais que não seja pelas vistas, vale bem a pena passar por lá.

Visitar o Mar Epicontinental junto da antiga Janela Azul e Dwejra Bay

Primeiro que nada, o que é um Mar Epicontinental? É quando o mar entra dentro do “continente” (neste caso ilha), sem ser uma baia. Tipo por uma gruta. É o caso deste local, é uma praia com uma grande rocha à frente, e com uma pequena gruta que leva ao mar.

Passagem do mar epicontinental em Dwejra Bay
Passagem do mar epicontinental em Dwejra Bay

Este “lago” fica mesmo junto onde ficava a Janela Azul, e como tal continua a ser bastante popular. O desvio não é grande, e acaba por ser engraçado visitar o local. Não se equipara a nenhum dos anteriores, mas não deixa de ser interessante visitar um mar epicontinental. Mais que não seja, pela curiosidade geográfica.

A baía onde ficava a Janela Azul chama-se Dwejra Bay, e é o melhor ponto de referência para encontrar esta zona.

Passar por Xlendi Bay

Xlendi Bay foi um pouco uma desilusão para nós, mas também porque não tínhamos muito tempo. É uma vila piscatória, tal como Marsaxlokk, e também numa baía. Não tão pitoresca, mas ainda assim bonita. A nossa desilusão deveu-se ao facto de já não ser novidade, e esperávamos algo diferente. Mas para quem tem mais tempo, é um local que vale a pena.

Se gostam de mergulho, mesmo para iniciantes, a baía Xlendi é um excelente sítio a visitar em Gozo. E para quem não quer mergulhar, também tem a oportunidade de fazer snorkel, pois as barreiras de corais estão bem perto da superfície.

Finalmente uma visita à capital de Gozo, Victoria

Também conhecida como Rabat, ou pelo seu título de Città Victoria. Foi uma surpresa positiva para nós. Sinceramente nem fazia bem parte dos nossos planos passar por Victoria, mas ficámos bem surpreendidos pela Citadela, bem bonita e a cidade até é maior do que pensávamos.

Citadela em Victoria, Gozo
Citadela em Victoria, Gozo

O ideal em Victoria é mesmo estacionarem o carro, e deixarem-se perder pelas ruelas. Com passagem obrigatória pela Citadela, claro, e depois aproveitarem alguns dos museus e tavernas.

Um último banho no mar em Mġarr ix-Xini

E outra surpresa bem positiva na nossa viagem por Gozo. Quando pensámos em visitar Malta já esperávamos encontrar alguns recantos bonitos, mas extremamente turísticos. Este foi um pouco o contrário, um recanto bem local. Mais uma vez, uma sugestão da nossa anfitriã, e que nos agradou imenso.

O local não é fácil de encontrar, tivemos de andar por uma estrada bem estreita por vários quilómetros. Confiámos cegamente no GPS, e tentámos dar com o local. A caminho encontrámos alguns carros a voltarem, o que resultou em alguns apertos…, mas também nos deu confiança em continuarmos em frente. Se há movimento de carros, então é porque há algo para visitar!

A entrar na água na baía de Mġarr ix-Xini
A entrar na água na baía de Mġarr ix-Xini

Ao chegarmos lá percebemos logo que teríamos de estacionar o carro no primeiro canto disponível. A baia fica no fundo de uma grande descida, e não é fácil encontrar estacionamento. Tivemos de andar um pouco até chegar à praia.

A praia não é fantástica, mas é bem agradável. Essencialmente só lá estava gente local, nós deveríamos ser os únicos turistas. Fomos à água, claro, água cristalina! E aproveitámos para “queimar os últimos cartuxos” ali, foram as nossas últimas horas em Gozo.

O nosso roteiro de 4 dias para visitar Malta

A forma como organizámos o nosso roteiro não foi exactamente como descrito acima. Acima estão os locais que visitámos, mas não por essa ordem. Visto que teríamos de voltar à ilha principal, deixámos algumas coisas para visitar em Malta.

No primeiro dia fomos logo a Mosta, Mdina e Rabat. Decidimos visitar logo um pouco do interior da ilha, que pensávamos que iria demorar muito mais do que demorou na realidade. Ao final do dia ainda deu para explorarmos um pouco da capital, Valeta.

No dia seguinte acordámos cedo logo preparados para irmos pernoitar em Gozo. Com uma pequena paragem para visitar a Aldeia do Popeye, e uma tarde bem passada em Comino.

Barcos de pesca na baía de Marsaxlokk
Barcos de pesca na baía de Marsaxlokk

O terceiro dia foi todo dedicado a explorar Gozo. Sim, a lista de locais que visitámos é bastante extensa, e acho que esse foi o que nos despertou para o facto de que existe mesmo muito para visitar em Malta. 4 dias não chegam, foi um pouco a correr, e ficou tanto por aproveitar devidamente.

Nesse dia já fomos pernoitar a Sliema, foi um dia mesmo muito longo, com uma viagem de autocarro bem cansativa. Tivemos de correr para apanhar o autocarro, e garantirmos que iríamos sentados. Afinal de contas ainda foi uma viagem de cerca de uma hora… No final ainda tínhamos energias para um bom jantar regado com vinho!

O quarto e último dia foi novamente na ilha de Malta. Fomos finalmente visitar a Blue Grotto, e terminámos o nosso passeio com o belo do almoço de peixe ao sal em Marsaxlokk!

Desventuras no regresso a casa..

Depois de visitar Malta, o regresso a casa também merece uma secção só por si. Começou logo na viagem até ao aeroporto. Depois de um dia inteiro com a bagagem às costas, entre autocarros e taxis, de Marsaxlokk decidimos apanhar dois autocarros até ao aeroporto. Tudo parecia bastante simples, não fosse o facto de a paragem do segundo autocarro ter mudado de local e de termos perdido imenso tempo até descobrirmos isso. Quase que não chegávamos a tempo de apanhar o voo de regresso!

Um detalhe sobre esta aventura que ainda não contei, logo no primeiro dia o meu telemóvel deixou de funcionar. Estive o tempo todo sem telemóvel. Por norma imprimo tudo o que preciso, é algo que aconselho a fazerem sempre, mas como ia com companhia sabia que teríamos sempre uma cópia de tudo. Então não imprimi nada… O que resultou em alguns inconvenientes, para mim…

Viajámos pela companhia aérea mais detestada da Europa. Nem preciso de lhes fazer publicidade. E uma das desvantagens é que temos de fazer o check-in online de antemão, e ou imprimimos ou levamos o bilhete no telefone. Mas sem impressora no hostel, só restava a opção do telemóvel. E eu sem telemóvel, fiquei dependente do telemóvel da minha amiga…

Passeio de barco dentro da Blue Grotto
Passeio de barco dentro da Blue Grotto

Essa companhia aérea tem também a reputação de separar pessoas, com o intuito de as forçar a pagarem para viajarem juntos. Mas nós somos forretas, e nem nos importávamos de viajar umas horas em partes diferentes do avião. O problema é que tive de entrar com ela, por causa do bilhete, e o meu lugar era nas últimas filas, enquanto que o dela nas primeiras… Atravessar o avião todo, com pessoas no sentido contrário, não foi lá muito agradável…

Sentei-me. Comecei a relaxar, depois de 4 dias incríveis. E uma senhora perguntou-me se estava a viajar sozinho. Disse que sim, ao que ela me pergunta se não me importava de trocar com o marido dela que estava na fila 4. A minha amiga também estava na fila 4! Então atravessei o avião, novamente, com pessoas a tentarem passar também, para mudar de lugar!

São momentos destes que fazem das nossas viagens mais divertidas. Quando tudo corre como planeado não passam de umas boas memórias e fotografias bonitas que ninguém quer saber. Mas quando estas coisas acontecem sempre dão para umas gargalhadas com amigos! São momentos que ficam!


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