A Islândia é um país já bem conhecido e parte do imaginário de muita gente. Tem reputação de ser bem caro, e pouca oferta de voos e outros meios para lá chegar. O que ajuda a fazer deste país ainda mais “distante” e ao mesmo tempo desejado. Muitos dos que visitam a Islândia nem sequer pensam muito no que ver na capital, Reiquiavique, acaba por ser a cidade de chegada e partida. Mas ainda com pouco tempo, vale bem a pena visitá-la.
De realçar que o aeroporto nem fica na cidade, na verdade até fica a 50 km. O que faz com que muitos turistas, tipo eu, nem sequer passem pela cidade à chegada. Deixei a cidade para o último dia, e ainda com pouco sol (fui no inverno), deu para explorar bastante!
Este guia não detalhada o que fazer em 24 horas, mas sim sugestões de muitas coisas que podem fazer para aproveitarem ao máximo as poucas horas que, eventualmente, irão estar na cidade.
Explorar Reiquiavique a pé
A meu ver, a melhor forma de conhecer uma cidade é a pé. Se tiverem tempo, claro. Todas as sugestões abaixo acabam por se cruzar com esta sugestão, portanto o melhor é mesmo criar uma lista de locais a visitar, e seguir um mapa. A pé!
Reiquiavique é uma cidade pequena, e a zona do centro faz-se muito bem a pé. Eu estacionei o carro junto ao airBNB onde fiquei, e só lhe voltei a tocar quando foi para ir embora. Se gostam de andar, então esta sugestão é para vocês!
Num país como a Islândia, explorar uma cidade (ou mesmo paisagem) a pé requer algum planeamento no vestuário. Ainda que andar possa aquecer, no inverno o frio chega mesmo aos ossos! E a opção de aquecer com bebida na Islândia sai bastante cara…
Provar de tudo o que é gastronomia islandesa
Okay, vamos ser sinceros aqui. “Países nórdicos” e “gastronomia” são dois termos que normalmente não aparecem na mesma frase. Mas para mim, comer é parte da experiência. Seja a comida de chorar por mais, ou intragável ao ponto de me dar enjoos só de pensar no que acabei de comer. Mas faz parte da experiência de uma viagem, e não deve ser descuidada.
Em Reiquiavique até têm excursões dedicadas à comida, as chamadas food walks. Em que os visitantes passam por vários restaurantes, tabernas e outros recantos para provarem algo bem local. Em não fiz esta excursão, mas tentei saber o que se come pela Islândia, e recomendaram-me cachorro quente… E porquê? Porque não é simplesmente carne de porco em tipo salsicha, mas sim carneiro, vaca e porco tudo misturado. E sim, bastante bom! Achei estranho provar um cachorro quente como algo típico, mas até gostei!
Em contra-partida, se forem mais aventureiros podem tentar outros pratos tradicionais islandêses mais fora do normal para o comum dos mortais… como tubarão fermentado ou testículos crus…
A arte e esculturas ao ar livre em Reiquiavique
Numa de continuar uma caminhada pela cidade, existe muita arte de rua e alguns esculturas ao ar livre em Reiquiavique a descobrir. E claro que existem guias que ajudam a descobrir os melhores locais onde encontrar os melhores graffitis.
The Sun Voyager
No que respeita a esculturas ao ar livre, existe uma que não podem mesmo deixar de ver. É uma escultura bem conhecida, e certamente que já viram várias fotos dela, o The Sun Voyager (em islandês é Sólfar).
O conceito desta escultura tem como base uma das lendas (ou teorias) dos primeiros povos na ilha. Segundo a teoria, um grande chefe guerreiro enviou 4 expedições para os 4 pontos cardinais, e em cada uma dessas expedições foram guerreiros, algumas mulheres, escrivães e outros seguidores com destino às terras do sol nascente. Uma dessas expedições chegou à Mongólia, onde se estabeleceram mas não regressaram. Séculos mais tarde foram encontrados os documentos, em que os escrivães da primeira expedição registaram essa mesma expedição.
Após analisarem esses documentos, descobriram que afinal o povo deles tinha uma outra pátria no oeste. Decidiram então levar todas as suas posses e rumarem em direcção ao sol poente. Seguiram o sol por dias e anos, andando, a cavalo e a navegar, o que lhes deu imensa experiência. A determinação também foi aumentando no decorrer da jornada, sempre a registarem tudo por onde passaram. Até que chegaram ao oceano, foi então que construíram grandes navios e continuaram a jornada em direcção ao sol poente.
O The Sun Voyager é descrito como um barco dos sonhos, ou uma ode ao sol. Segundo o autor, a escultura simboliza o território novo prometido por descobrir, um sonho de esperança, progresso e liberdade.
Visitar os Monumentos e edifícios de interesse
Por vezes o tempo não ajuda, e andar na rua não é das melhores ideias. Mesmo com neve, uma pessoa acaba por ficar toda molhada, e ninguém quer ficar doente durante as férias… Por isso também existem outras opções, nomeadamente edifícios!
Nem vou mentir, eu sou um bocado forreta, então se puder poupar uns trocos e simplesmente apreciar por fora, se calhar é isso que acabo por fazer. Mas em Reiquiavique nem tive muita escolha, o que queria ver por dentro estava fechado, ou então nem sequer tinha conhecido desses locais até me ir embora (acontece-me mais frequentemente do que deveria…).
Dos edifícios que muitas pessoas acabam por ver só por fora, dou partilhar destaque a dois. O Auditório de Concertos Harpa, onde quase ao lado está o The Sun Voyager. E a mega-famosa igreja em Reiquiavique, Hallgrímskirkja. A arquitectura desta igreja foi inspirada numa das famosas cascatas do sul da Islândia, Svartifoss. O que por si, já vale bem a pena a visita por fora! Por dentro tive o azar de estar fechada, mas segundo o que li, também deve ser fascinante!
Um dos museus que li em vários blogs e guias a recomendar a visita, mas que infelizmente não tive tempo para tal, é o Museu Nacional da Islândia. No museu terão a oportunidade de aprender imenso sobre a história do país, desde os tempos dos primeiros habitantes. Um dos ex-libris do museu é uma porta esculpida, a Porta Valþjófsstaður, em que conta a história do Cavaleiro do Leão.
E por último, uma actividade recente e que me dá ainda mais vontade de regressar à Islândia… O FlyOver Iceland! Que vos irá proporcionar uma viagem virtual pelo país, sem terem de sair de Reiquiavique! Adorava experimentar isto, mas parece ser uma excelente aposta para quem não tem tempo para explorar o país todo e que vos irá levar além do Círculo Dourado.
Onde relaxar depois de um a andar por Reiquiavique
Depois de muito caminhar, sabe sempre bem relaxar, não é? Algo que faz parte da cultura dos países nórdicos são as saunas, mas na Islândia existe algo bem melhor e em alguns casos até natural. As termas de água quente! Pelo país todo encontram-se várias termas de água quente natural, tudo graças à actividade vulcânica bastante activa por toda a ilha. Mas em Reiquiavique isso é um pouco mais complicado…
Devido a esta prática, já cultural, muitas casas até têm os seus próprios jacuzzis exteriores. Onde fiquei tinha um, pena que não o aproveitei, mas era uma opção que estava em aberto. Mas além dos “hot tubs” privados, também existem outras opções na cidade.
Graças ao uso das energias renováveis, nomeadamente geotérmica, a água quente é bastante barata, o que justifica o facto de existirem pelo menos 18 piscinas públicas na grande área urbana de Reiquiavique!
No entanto, se preferirem algo mais natural, existe uma praia com água aquecida proveniente das estações geotérmicas. O nome desta praia é Nautholsvik, mas a água só é aquecida a certas horas durante o dia.
Sair à noite em Reiquiavique
E depois de relaxar numa piscina ou na praia, porque não terminar o dia nos bares de Reiquiavique?
É verdade que o preço do álcool na Islândia é quase pecado, mas a cidade também tem a reputação de ser um dos melhores lugares no mundo para sair à noite. Ao contrário do esperado de um país nórdico, o ambiente é bastante aberto e amistoso, até mesmo durante o inverno.
Como chegar e onde fica Reiquiavique?
Reiquiavique (Reykjavík em islandês) é a capital da Islândia, e a zona mais populosa da ilha. Fica na costa sudoeste da ilha com o centro da cidade numa pequena peninsula.
As opções para chegar a Reiquiavique não são muitas, sendo uma ilha restam apenas duas opções. Ou barco ou avião. E claro, que avião é a forma mais prática e confortável, talvez também a mais segura. O aeroporto de Keflavik, o maior e principal do país, fica a cerca de 50 km da capital. Não existem voos directos de Portugal para a Islândia, basta uma escala para lá chegar, com opções de Londres, Copenhaga e outras cidades.
A opção de barco é para os que gostam de desafios e têm tempo para tal. Existe uma rota de ferry que liga a Islândia às Ilhas Faroé, que por sua vez também são um território de acessos reduzidos! Mas para a aventura, porque não?
A decisão é vossa, mas garanto que se irão apaixonar pelo país!
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