A Transilvânia é garantidamente a região mais conhecida da Roménia, mais que não seja de nome devido aos mitos, histórias e lendas que existem sobre aquela zona. Com uma semana de férias, claro que fiz questão de ir visitar esta zona. Não só pelas lendas, mas também pela natureza e as paisagens que esperava encontrar, e que não me desiludiram em absolutamente nada! Infelizmente, uma semana para um país tão grande como a Roménia, não dá para absolutamente nada…, só estivemos dois dias nas montanhas, mas foram dois dias muito bem passados.
A caminho da Transilvânia
A viagem foi sempre de carro, éramos 4 e a primeira noite seria em Brașov, uma cidade bem no coração da Roménia. Mas até lá, ainda passámos por outros sítios, e sempre a subir, e debaixo de chuva…, não muito bom para quem está de férias, mas não podemos mandar no tempo…
A primeira paragem foi para o pequeno-almoço, numa vila características já nas montanhas, como estava com pessoal local, deixei entregue a eles todos os pedidos para experimentar a verdadeira comida local. O problema disto, é que não faço ideia do que andei a comer… Devia ter tirado notas… Dalí continuámos a viagem, e a dada altura fizemos um pequeno desvio para um miradouro, seguimos as indicações e fiquei fascinado! Mesmo com a chuva, e com a neblina intensa, deu para perceber o quão bela aquela zona é. E claro, subir e descer uma serra é sempre divertido, até vimos animais pelo caminho 🙂
Castelo de Peleș
A primeira coisa que um português pensa quando ouve a palavra castelo é uma grande edificação de pedra, de preferência com uma muralha à volta. Pois, para mim, o Castelo de Peleș é um palácio e segundo o artigo em inglês na wikipedia, a sua forma e função também é de palácio. E um bonito palácio, mesmo considerado como um dos mais belos da Europa.
O castelo é relativamente novo, com apenas cerca de 100 anos, que fica já na zona da cordilheira dos Cárpatos, mas ainda não parte da Transilvânia. Hoje em dia apenas tem funções de museu, visto que a Roménia também já não é uma monarquia, julgo que não haja muita utilidade prática para um castelo/palácio no meio das montanhas, senão como museu. Lá dentro podem ver inúmeras obras de arte, pinturas e escultura (também pelos jardins). Infelizmente…, não pudemos ver nada disto. Chegámos uns minutos antes de fechar, e já não nos deixaram entrar…, foi mesmo pena. Ainda assim demos umas voltas pela zona publica dos jardins, tirámos umas fotos e aproveitámos aqueles momentos de sol depois de vários momentos de chuva durante a viagem…
Brașov
A noite foi passada em Brașov, uma das cidades já na Transilvânia. Ficámos num hostel bem no centro, mais central seria complicado! Fizemos o check-in, e fomos procurar um sitio para jantar, e acho que não podia ter tido mais sorte do que tivemos, música tradicional romena ao vivo no restaurante! Ficámos sentados num lugar privilegiado quase em frente aos músicos, foi grande animação e comida muito boa, claro! Na hora de pagar…, wow…, tão pouco! A Roménia é definitivamente um país bem barato para visitar, e bem bonito, é uma pena não ser tão popular como um local de turismo (ainda…).
Sendo uma sexta-feira, lá tivemos de sair à noite…, o local escolhido foi um bar mesmo junto ao hostel, acho que nem a 50 metros! Lembro-me perfeitamente do nome do pub, Times, e também me lembro de ter bebido imenso e ter pago tão pouco…, e como se não bastasse, depois de sermos expulsos do bar, depois dele fechar, ainda fomos para o bar do hostel! Que já estava fechado, mas ainda nos deixaram entrar! Dali, só mesmo de rastos para o quarto, e acordar no dia seguinte para mais umas voltas…
Na manhã seguinte ainda demos mais umas voltas por aquela zona da cidade, sem nos afastarmos muito, uma visita à Igreja Negra, o principal monumento Gótico do país, e também a maior e importante igreja Luterana da zona. Além das suas grandes dimensões, a igreja também bate o recorde do sino mais pesado do país, com 6 toneladas! E tem um impressionante órgão com 4000 tubos! Infelizmente não pude tirar fotos lá dentro, aliás, é possível tirar fotos mediante o pagamento de uma taxa para tal…, optei por não o fazer.
Castelo de Râșnov
A próxima paragem foi o Castelo de Râșnov, numa vila bem perto de Brașov, onde andámos pelas ruínas da cidadela. Da torre, que ostenta a bela da bandeira romena, dá para vermos aquela bonita vista pelos campos adentro, apesar de estarmos nas montanhas a impressão que dá é de planície. Andámos pelas poucas ruelas da cidadela, com várias lojas em estilo antigo para dar a sensação histórica do local, mesmo a puxar para gastar dinheiro em recordações…, não foi o caso…
A cidadela está dentro de duas muralhas, a primeira onde estão as portas principais do castelo, que assim que entramos vemos logo a colina do castelo, e a segunda linha de muralhas que é o castelo em si e onde a magia acontece. Passar por aquelas muralhas é como viajar no tempo, sem as guerras e sem o sangue…, só mesmo a parte boa 🙂
O nosso plano inicial seria passarmos pela estrada mais famosa da Roménia, e uma das mais famosas do mundo, Transfăgărășan, mas faltou um detalhe que não sabíamos…, devido à neve, esta estrada está fechada de Outubro até ao final de Junho, e nós fomos lá na última semana de Junho… Foi mesmo pena, por uma semana perdemos aquela vista fantástica. Pensava eu que do castelo só restava mesmo voltarmos para Bucareste, mas ainda me fizeram duas surpresas…
Pelo meio dos montes
A primeira paragem improvisada foi Cheile Rasnoavei (segundo o google, este é o nome), também conhecido pelo Desfiladeiro de Râșnov e que fica a cerca de 10km da vila. Quando lá chegámos, já ia de boca aberta, é que adoro mesmo natureza, e paisagens com um relevo tão dramático como aquele desfiladeiro deixa-me mesmo de boca aberta. Encontrámos algumas pessoas a fazerem escalada, e outras muitas em passeio de família, como estávamos apertados de tempo apenas demos uma pequena volta a pé de uns minutos, e voltámos para o carro para irmos para a segunda surpresa…
A segunda surpresa foi uma gruta bem perto de Râșnov, Valea Cetăţii, uma gruta que foi descoberta há menos de 100 anos quando uma das entradas rebentou, era uma gruta cheia de água cuja pressão forçou uma brecha para o exterior que colocou a descoberto a gruta. Não é uma gruta espectacular, mas tem uma galeria bem grande onde também fazem concertos, claro está, a acústica é brutal!
Durante a excursão, desligaram todas as luzes e pediram para ficarmos todos em silêncio, para termos uma ideia do que é estar na cave no seu ambiente natural…, o problema…, algumas pessoas ao meu lado não se calaram nem durante um segundo… Mas deu para perceber a escuridão absoluta, não conseguia ver absolutamente nada, ao ponto de quase perder o equilíbrio. Que sensação estranha!
De regresso a Bucareste
E como já se estava a fazer tarde, lá tivemos de nos meter à estrada novamente a caminho de Bucareste. Pelo caminho passámos por parte das montanhas Piatra Craiului, onde parámos para jantar e aproveitar as vistas brutais das montanhas!
Ficámos até depois do pôr-do-sol, na companhia de um cão que andava sempre de volta da nossa mesa, estava até a ficar frio quando começou a anoitecer, mas quisemos continuar na rua só mesmo para aproveitar aquela vista de tirar o fôlego…, mas tudo o que é bom acaba…, e lá tivemos de nos meter à estrada uma última vez até chegarmos a Bucareste…
Ah…, quase que me esquecia…, não vimos vampiros… A única desilusão da viagem, dois dias pela Transilvânia e nem um vampiro para nos receber…
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